segunda-feira, 21 de abril de 2014

GERALDO NAPOLEÃO DE SOUZA, UMA OBRA IMORTALIZADA


Hoje, 21/04/2014, completam-se 25 anos da passagem para a vida eterna de Geraldo Napoleão de Souza.

Dentre todas as suas obras, gostaria de destacar neste espaço, por ocasião da data, três pilares fundados por ele e que, passados mais de 50 anos, repercutem até os dias de hoje na vida dos barrosenses.

Economia

O primeiro pilar no setor econômico, a implantação da indústria cimenteira, que alavancou o progresso de Barroso. O primeiro esforço, da Sociedade dos Amigos de Barroso, presidida por Geraldo Napoleão de Souza. para a montagem da fábrica de cimento em Barroso foi em 1946, através do empresário Américo Renné Giannetti.

Esperança que se fortaleceu, pois passados alguns meses dos primeiros contatos, Milton Campos, Governador do Estado de Minas Gerais, nomeou Américo como Secretário da Agricultura, Indústria e Comércio. Imediatamente Geraldo Napoleão de Souza, Presidente da Sociedade dos Amigos de Barroso, juntamente com Epifânio Barbosa, dirigiram-se a Belo Horizonte para uma audiência com o Secretário. Para decepção dos mensageiros, Américo Gianete informou que por injunções políticas a fábrica de cimento seria implantada em Antônio Carlos. Com a emancipação política de Antônio Carlos em 1948 (antigo distrito de Barbacena) as injunções políticas se arrefeceram e a implantação da industria cimenteira foi postergada.

Em 1950 chegou a Barroso o engenheiro químico Wagner de Carvalho Coutinho, emissário do Grupo Paraíso, pertencente a Severino Pereira da Silva, para a sondagem dos materiais necessários à implantação da indústria cimenteira daquele grupo em Antônio Carlos.

Imediatamente, Geraldo Napoleão de Souza, que era Vereador em Dores de Campos, representando o Distrito de Barroso, entrou em contato com o emissário do Grupo Paraíso para apresentar a ele um memorial demonstrando as vantagens de se instalar em Barroso a indústria cimenteira, destacando as grandes reservas de calcário e a possibilidade do fornecimento de energia elétrica pela CEMIG que já estava construindo a Central Elétrica de Itutinga, além da isenção de tributos municipais por dez anos.

O entusiasmo do engenheiro Wagner de Carvalho Coutinho com o memorial, foi fundamental para a resposta positiva do Grupo Paraíso. Dias depois, foi confirmada a decisão de instalar em Barroso a indústria cimenteira, condicionada, no entanto, à aquisição do terreno para a sua instalação. Mais uma vez, Geraldo Napoleão, apoiado por Epifânio Barbosa e Jayme Ladeira, entrou em ação e procurou o Senhor Faustino Soares de Almeida, que aceitou vender o terreno para o Grupo Paraíso. Foi lavrada imediatamente a escritura de promessa de compra e venda, funcionando Geraldo Napoleão como escrivão ad-hoc, na ausência do titular do cartório local.

No dia da escritura definitiva do terreno para a instalação da fábrica de cimento, o Diretor Paulo Mário Freire, à porta do cartório, disse a Geraldo Napoleão que em agradecimento à cooperação dos barrosenses, a sua empresa teria o nome de Companhia Portland de Cimento Barroso.

A implantação da indústria cimenteira iniciou em 1951 e foi inaugurada em 15 de agosto de 1955, fincando o primeiro pilar para o desenvolvimento econômico sustentável de Barroso.

Hoje, no momento em que a indústria realiza mais um investimento de monta, vale a pena rememorar a história de sua implantação e observar a relação íntima entre o crescimento e o desenvolvimento da cidade e a produção do cimento.


Educação

O segundo pilar envolveu a educação. Informado da existência da CENEG - Campanha Nacional de Educandários Gratuitos, Geraldo Napoleão de Souza, como primeiro Prefeito do Município de Barroso, trouxe à cidade o administrador da CENEG, Dr. Eduardo Rios Neto, para falar para a comunidade sobre a importância de se instalar um ginásio na localidade.

Após grandes esforços, incluindo o apoio do Padre Luiz Giarola Carlos que aceitou ser o primeiro Diretor do Ginásio, em 1957 foi publicado no Diário Oficial a portaria do MEC autorizando o funcionamento do ginásio em Barroso.

No dia 17 de agosto de 1955, o Prefeito Geraldo Napoleão de Souza sancionou a Lei nº 85, criando a taxa pró-ginásio, que garantiria 5% (cinco por cento) sobre os impostos municipais, para a manutenção do ginásio em Barroso, para vigorar a partir de 1º de janeiro de 1958, cujo funcionamento se iniciou em 1959 com o nome de Ginásio São José.

O Ginásio foi essencial à formação educacional e cívica do povo de Barroso. Em uma época de raríssimas oportunidades educacionais e de analfabetismo endêmico, o Ginásio São José formou toda uma geração de lideranças, políticos, empresários e profissionais barrosenses que contribuíram e continuam contribuindo, cada um à sua maneira, para o desenvolvimento da cidade.


Saúde e Assistência

O terceiro pilar foi a criação do Instituto Nossa Senhora do Carmo, que teve os seus estatutos registrados no Cartório de Títulos e Documentos da Comarca, sob o nº 65, fls. 27 a 29 do livro B-1, em 30 de janeiro de 1958. No momento de sua fundação, Padre Luiz Giarola Carlos foi seu Presidente e Geraldo Napoleão de Souza seu Diretor Geral.

As atividades na área da saúde foram iniciadas com a inauguração do Posto de Puericultura de Maternidade em 4 de outubro de 1959, à Praça do Rosário, 28, onde hoje funciona o Colégio Invictus, sucessor do Colégo São José. A importância do Instituto Nossa Senhora do Carmo é percebida diuturnamente pelos barrosenses que procuram a atenção médica no Hospital Macedo Couto e a atenção geriátrica no Asilo Nossa Senhora de Fátima.



Neste espaço limito-me a esses três grandes pilares que contaram com a iniciativa, a perseverança e a inteligência de Geraldo Napoleão de Souza, no desenvolvimento econômico e no desenvolvimento social, na educação e saúde.


A oportunidade dos 25 anos da passagem de Geraldo Napoleão de Souza pode ser um momento marcante para rememorarmos conquistas históricas que repercutem decisivamente na vida dos barrosenses até os dias de hoje.

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