terça-feira, 8 de março de 2011

CONTRIBUIÇÃO DOS ASILADOS

Um comentário postado neste blog no dia 5/3, na postagem “Asilo Esquecido?” inspirou-me esta matéria.

Em um terreno doado pelo engenheiro Oswaldo José Steca para a Paróquia de Santana, situado no Bairro Jardim Bandeirante, à Avenida Rio Grande do Sul, o Cônego Luiz Giarola Carlos realizou mais um de seus sonhos - além a da criação do Hospital e Ginásio São José com o apoio de Geraldo Napoleão de Souza – inaugurando, no dia 13 de maio de 1976, o Lar Nossa Senhora de Fátima para acolher os idosos desamparados.

Os primeiros internos foram Maria da Conceição Monteiro e Aristides da Silva. Em 1979 o Lar já contava com 37 idosos asilados.

O benefício de um salário mínimo mensal para as pessoas idosas (com 65 anos ou mais) e às pessoas portadoras de deficiência, incapacitadas para a vida independente e para o trabalho, foi estabelecido no artigo 2º, inciso IV, da Lei Orgânica da Assistência Social – LOAS, regulamentado pelo Decreto nº 1.744, de 08 de dezembro de 1995 e confirmado no art. 34 da Lei nº 10.741, de 1º de outubro de 2003 - o Estatuto do Idoso.

A citação desta legislação de amparo aos idosos tem o objetivo de demonstrar que entre a inauguração do Asilo (1976) e a entrada em vigor das leis de amparo aos idosos (1995) se passaram dezenove anos, ou seja, confirmando a filosofia de amparo aos idosos independente de suas condições sociais.

Naturalmente que com a consolidação da legislação, o próprio Asilo fez valer o direito dos idosos, para garantir a eles um salário mínimo mensal, que recebido pelo Lar para cobrir parte das despesas com medicamentos, alimentação, limpeza, lavanderia, despesas pessoais e a manutenção de médico, enfermagem, terapeuta ocupacional, fisioterapeuta e tantos outros profissionais necessário ao atendimento dos idosos.

O custo mensal de todo este atendimento atingiu R$806,64 por asilado em 2009 e a contribuição de cada asilado através do INSS era de R$510,00 mensais.

Com o repasse mensal da União de R$65,21 para cobrir a assistência ao idoso, somado aos R$510,00, dá para observar facilmente que fica faltando R$231,43 mensais por asilado para empatar a conta. Considerando uma média de 65 asilados, o déficit mensal gira em torno de R$ 15.000,00/mês.

Está aí demonstrada a razão pela qual o Lar Nossa Senhora de Fátima, através de sua administração e de seus dedicados funcionários, tem de fazer uns cem números de campanhas, além de trabalhar na barraca da festa de Santana (cedida pelo Padre Fábio) para ajudar na manutenção do Lar.

Em que pese todas estas explicações, o melhor seria se as pessoas fizessem uma visita ao Lar Nossa Senhora de Fátima para conhecer a situação de dependência da maioria dos idosos acolhidos, pois creio que só quem tiver um coração de pedra não se sensibilizaria com o belo trabalho desenvolvido naquele Lar dos Idosos.

Por último, outro questionamento que procede seria indagar à família de um idoso dependente o valor total de suas despesas, especialmente uma família que tenha recursos para contratar toda gama de cuidados particulares (no mínimo três cuidadores por dia, além de férias, 13º salário, encargos sociais, medicamentos, consultas médicas, fisioterapeuta e outros). Certamente se perceberá que com R$540,00, salário mínimo atual, não seria possível cobrir tais despesas.

Agradeço sinceramente a postagem que nesta tarde de terça feira chuvosa de carnaval, DIA DA MULHER, inspirou-me publicar estas informações para o esclarecimento das pessoas, sobretudo daquelas que contribuem para o Lar Nossa Senhora de Fátima para o acolhimento humano de nossos irmãos, que estão envelhecidos pelos anos, que tanto contribuíram para nossa sociedade e que merecem uma vida digna e com qualidade.

3 comentários:

  1. Olá Tonho. Poucos me conhecem em Barroso, talvez umas duas ou três famílias de aposentados da fábrica Paraíso, pois meu pai aí trabalhou como engenheiro nas décadas de setenta e oitenta, e se chamava Nícolas apesar de eu ter nascido em Toronto, aí passei minha infância e juventude. Hoje moro no Canadá, na província de Manitoba, e sou como aqui dizemos mayor de uma universidade do governo de Manitoba e dificilmente terei condições de retornar a Barroso, apesar de tê-la em minha constante memória. Barroso que muito respeito e que fez parte de um momento importante de minha família. Muito devemos, eu e minha família a esta terra abençoada. Muito bem abordada a situação do asilo, que fui em sua inauguração. TODOS TEM DE QUE CONTRIBUIR E PONTO FINAL. O RESTO É CONVERSA QUE EM NADA CONTRIBUI.

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  2. continua... E por falar em Cônego Luiz, me recordo muito dele nos visitando todos os meses na Escola Sant’Ana e me ocorre uma coisa muito importante. Após quase vinte e quatro anos do falecimento do maior guia não só espiritual, mas também, um guia do progresso dessa cidade, podemos refletir que as gerações atuais estão devendo e muito para Barroso e para a memória do Cônego Luiz, pois tudo o que existe hoje em Barroso é fruto deste homem além do seu tempo e é corretíssimo dizer que vocês se utilizam de tudo o que ele deixou, mas parece que o seu empreendedorismo, em nada muitos não conseguiram herdar, senão vejamos: para que se tenha uma noção correta do tempo espaço é importante sabermos que o Padre Luiz, como o conhecíamos, era um homem que além da personalidade forte, determinava os rumos da cidade a prefeitos como o saudoso senhor Genésio (muito amigo de meu saudoso Pai), que o seguia a risca e nunca se deu mal por isto, fato para se orgulhar. Pois bem, o único hospital que existe em Barroso, criação do Padre Luiz, o único asilo da cidade, criação do Padre Luiz, o único instituto mantedor da saúde, criação do Padre Luiz, o prédio do colégio criação do Padre Luiz, por sua orientação ao prefeito, o Colégio São José, recém reaberto, criação reeditada do Padre Luiz dos idos da longínqua década de sessenta e que minha mãe deu aulas, o prédio da Escola Arthur Napoleão, criação do Padre Luiz, a vinda das irmãs Franciscanas e conseqüentemente a Escola Doméstica Princesa Beatriz, atual Cesan, e o prédio do antigo hospital, criação do Padre Luiz, a criação da APAE em Barroso em 1977, criação do Padre Luiz, a Igreja de Sant’Ana, a Igreja do Rosário, a Igreja do Bananal, a Igreja da Estiva, a Igreja de São João Batista, a Igreja de Pitangueiras, a Igreja de Fátima, a Igreja de São José, o trabalho para a implantação das igrejas do Europa e do Conjunto Habitacional Nhonhô Pinto, tudo criação do Padre Luiz, o trabalho para a criação de diversas escolas em que hoje nossos jovens estudam, criação do Padre Luiz, e mais uma infinidade de coisas que estão aí para usufruirmos à vontade, sem falar de muitas conquistas do Padre Luiz que nossas gerações atuais conseguiram destruir. O primeiro núcleo residencial para pessoas carentes, chamado de Vila São Joaquim, lá no então Bairro Santa Maria. O cemitério, que parece ser ainda o mesmo. Sem falar que Barroso é fruto de muito trabalho evangelizador que criou cultura e legou à diocese mais de quinze padres, sem mencionar que a cidade foi forjada no trabalho de um homem que tinha o sacerdócio encrustrado em seu corpo como se fosse mais um órgão de seu corpo, a sua própria carne. UM HOMEM QUE NUNCA TIROU FÉRIAS e celebrava todos os dias seis missas, de domingo a domingo, ESTANDO DOENTE OU COM SAÚDE, quem não se lembra do Padre Luiz com a perna em pedaços celebrando missas sentado, missas longas de duas horas de duração, que ninguém entendia, mas eram acima de tudo legados de cidadania e um manual de vida cristã e cidadã. Talvez hoje possamos entender, que ele estava cumprindo uma missão que tinha noção, e que lutava contra tudo e contra todos, e o melhor, tudo somente a favor de TODOS. COM ESTE EXEMPLO, devemos PERGUNTAR, QUAL A HERANÇA QUE SE VAI DEIXAR PARA NOSSAS FUTURAS GERAÇÕES. Será que O LEGADO ATUAL será um amontoado de discursos políticos sem efeito prático... PARABÉNS AO ASILO PELO SEU TRABALHO. O TEMPO É O SENHOR DE TUDO E DIRÁ DO QUE FOI FEITO PELO ASILO PARA AS NOSSAS GERAÇÕES PRESENTES... O Padre Luiz, tenho certeza que passou por esta vida e cumpriu sua missão. Richard Boëller.

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  3. BARROSO...cidade que deixa saudades a cada momento...histórias e mais histórias, vidas e mais vidas ali vividas e ali deixadas...Barroso, uma parte de minha vida que jamais deixarei passar...

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