sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

A SAÚDE PÚBLICA BRASILEIRA ESTÁ DOENTE





Dados constantes no estudo Conta Satélite, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram que em 2009 as despesas das famílias com produtos e serviços de saúde, por indivíduo, somaram R$835,65. No mesmo período o desembolso dos governos federal, estaduais e municipais com os mesmos itens somaram R$645,27.


Na insuficiência de recursos públicos, sobretudo do governo federal, a população tem arcado com a maior parte da fatura.




A expectativa de vida dos brasileiros cresce a cada ano e com este crescimento torna-se natural os gastos com saúde, consultas médicas, odontológicas, exames auxiliares de diagnóstico e tratamento cada vez mais complexos e mais caros, além dos custos com medicamentos indispensáveis à preservação da vida dos humanos, sobretudo na terceira idade.


Enquanto no Brasil 56,4% das despesas com produtos e serviços de saúde são bancadas pela própria população, nas grandes economias como no Japão e Canadá, 72% dos recursos saem do orçamento público.




Tivemos agora a triste notícia publicada no Diário Oficial da União, dos vetos da Presidente Dilma à Emenda Constitucional nº 29, que desobriga a União de aplicar recursos mínimos na saúde, vetando inclusive emenda do ex-senador do PT, hoje governador do Acre, Tião Viana, que previa destinação de 10% das receitas da União para investimentos na saúde, o que asseguraria recursos da ordem de R$60 bilhões para o financiamento do setor em 2012. Com o veto, a Presidente manteve apenas os estados e os municípios com a obrigatoriedade da aplicação de 12% e 15% respectivamente.


Haja fôlego da administração e dos funcionários do Hospital de Barroso para captar recursos, através de promoções, para garantir o atendimento à comunidade barrosense e regional.

Fico me perguntando: se o Ministro da Educação Fernando Haddad, fosse Ministro da Saúde, a Presidente vetaria as emendas? Essa reflexão faz sentido porque Haddad é o candidato do PT à Prefeitura de São Paulo, capital do Estado que é o berço do PT e onde, sistematicamente, o partido tem sido derrotado pela oposição, sobretudo pelo PSDB.

Percebo que conquistar a Prefeitura de São Paulo é o objetivo maior de Lula, Dilma e do PT. Pena que o candidato escolhido foi Haddad, fosse candidato o Ministro da Saúde, José Gomes Temporão, provavelmente não haveria um veto tão absurdo à emenda 29 e a situação dos hospitais filantrópicos, inclusive o de Barroso, estaria bem melhor.

Um comentário:

  1. Parabéns Tonho, por essa análise cristalina! Vale salientar, que a relação longevidade e custos com a saúde, não é linear, mas sistêmica e, portanto, com retroalimentação: o aumento da longevidade gera mais custos com a saúde e os gastos com a saúde geram um aumento da longevidade. Vale a pena salientar também, que um Estado inteligente antecipa esse desenvolvimento, tomando as devidas providências em tempo, para não ser atropelado pelo futuro. O Estado sem visão, espera acontecer...

    ResponderExcluir