O Congresso Nacional, Câmara dos Deputados e Senado, aprovaram o aumento de seus subsídios em 66%.
O valor atinge mais de R$26 mil mensais e também beneficiará a Presidente da República e os Ministros de Estado.
Quando vejo um índice desta magnitude, fico pensando nos aposentados que ganham pouco mais que um salário mínimo, cujos aumentos acompanham a inflação, em torno de 5%. Penso também no aumento do salário mínimo, que é pouco superior à inflação, assim como nos aumentos pífios nas tabelas utilizadas pelo SUS para remunerar os Hospitais filantrópicos do Brasil.
Lembro que a Emenda Constitucional nº 29 não anda no Congresso por falta de esforço do Governo Federal, que não tem interesse que ela caminhe, pois significaria um maior investimento no custeio da saúde.
A imprensa divulga o esforço do Ministro da Saúde, de pires na mão, pedindo ao Presidente Lula R$1 bilhão para pagar as contas do SUS aos Hospitais brasileiros neste mês de dezembro, afinal, se não cumpridos estes compromissos, a situação se tornará ainda mais caótica na saúde. Não custa lembrar que por todas as regiões brasileiras já há dificuldade em se encontrar médicos plantonistas, além de outras especialidades, como cirurgiões gerais e obstetras, no caso específico de Barroso.
Penso ainda na deficiência na logística dos transportes, nos gargalos dos portos e aeroportos, no custo dos transportes ferroviários, nos altos impostos e nos elevados encargos sociais que colocam o Brasil em grande desvantagem frente à economia global.
Neste cenário, o aumento de 66% é compreensível ou incompreensível?
É muito importante enfatizar o efeito em cascata que o aumento pode gerar, uma vez que os salários das Assembléias Legislativas e Câmaras de Vereadores podem acompanhar o aumento do Congresso Nacional. No caso da Assembléia de Minas Gerais, o dano já está causado, pois o aumento dos salários de nossos deputados estaduais acompanha automaticamente o aumento dos nossos deputados federais. Gostaria de destacar o absurdo dessa medida, pois ela isenta os deputados estaduais da responsabilidade perante a opinião pública de aumentarem os próprios salários. Com essa legislação covarde, os deputados estaduais se beneficiam dos exageros do Congresso sem, nem sequer, opinar sobre o assunto.
No que depender da minha atuação parlamentar, esse efeito cascata não atingirá nossa cidade. Tenho certeza que os demais companheiros de edilidade também compartilham dessa percepção, por isso, não aprovaremos aumentos abusivos no salário dos vereadores, prefeito e vice-prefeito de Barroso. A nossa intenção é que os munícipes tenham sempre orgulho de seus representantes locais. Quando fui presidente da Câmara em 2008 eliminei minha própria remuneração extra, exemplo seguido pelo Vereador Zeca e que proporcionou à Câmara uma economia, nos 3 últimos anos, de cerca de R$ 40 mil. São ações como essas que elevam a confiança dos cidadãos no legislativo municipal e proporcionam maior bem estar à todos. Seguiremos sempre sendo responsáveis, com a cabeça erguida e o coração tranqüilo.
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