domingo, 10 de outubro de 2010

O SHOW QUE NÃO VEIO

O dia 16 de outubro tinha tudo para ser um dia histórico para a cultura barrosense. A presença de Humberto Gessinger tocando os sucessos dos Engenheiros do Hawaii era como um sonho para gerações que desde a década de 80 acompanham a carreira desse ícone da música brasileira.
A mudança do show para a cidade de Barbacena decepciona todos os barrosenses, especialmente as cerca de 1000 pessoas que já haviam adquirido os ingressos e todos que pretendem ou pretendiam estar presentes. Essa mudança, no entanto, ilumina duas questões importantes que devem ser levadas em consideração para os próximos eventos na cidade.
A primeira delas é a necessidade do planejamento. O próprio promotor do evento, Luiz César, assume a sua parcela de responsabilidade e tem consciência da importância de se planejar com antecedência os eventos. Isso, porém, não tira o mérito do jovem em se arriscar na promoção do show (investimento de alto risco). Aliás, é importante frisar que a mudança do local do show - uma vez impossibilitado de fazer em Barroso - foi engenhosa, evitou um prejuízo grande para a organização e revela a capacidade do organizador em lidar com situações adversas.
A segunda questão que envolve a mudança do local do show está relacionada à completa falta de apoio das autoridades locais à realização de eventos de grande porte na cidade. Acreditamos que o maior empenho da prefeitura municipal teria facilmente viabilizado a realização do show na cidade. Ainda que tenha existido apoio do vice-prefeito nos bastidores, não houve a mesma garra por parte da prefeitura como um todo em assegurar que o evento acontecesse aqui.
A inoperância do poder público municipal em prover o Parque de Exposições de melhor infra-estrutura e oferecer as garantias judiciais (alvará) para a realização de eventos faz da nossa cidade um ambiente hostil para investimentos da iniciativa privada em eventos culturais. A falta de infra-estrutura; segurança jurídica e apoio financeiro são as principais responsáveis pela mudança do lugar do show. Perde com isso a economia da cidade e, principalmente, os amantes da arte e da boa música.

3 comentários:

  1. Eduardo Ferreira Pinto15 de outubro de 2010 às 08:24

    O post revela a maneira inteligente com que Tonho faz política e oposição: com parcimônia. A matéria também revela a responsabilidade do blog. Sem deixar de opinar, o vereador mostra todos os lados do caso, que infeliz deixou Barroso com menos uma oportunidade de poder ter cultura. Sugiro que as inovações no Parque de Exposições não parem no asfalto (que foi otimo), mas que possam dar condições a ter grandes eventos.

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  2. É verdade que uma boa infraestrutura atrai maiores investimentos, por isso que a Prefeitura Municipal investiu no asfalto e limpeza do parque de exposições, coisa que nunca havia sido feita, o ocorrido referente ao show do POUCA VOGAL e não ENGENHEIROS DO HAWAI, como o post comenta, é um caso lamentável, pois como fã do Humberto Gessinger fico chateado que o show não possa ser em minha cidade.
    Mas apontar culpados quando as coisas dão errado é fácil.

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  3. Caro Anônimo,
    Obrigado pelo comentário. Em primeiro lugar gostaria de dizer que o post apenas diz que o show é uma oportunidade de ver Humberto cantando sucessos dos Engenheiros, o que é correto, pois, ao que parece pelo menos a metade do repertório da banda Pouca Vogal é de músicas clássicas dos Engenheiros. De todo modo, aceito a crítica, deveria ter sido mais claro quanto a esse ponto.
    Em segundo lugar, gostaria de dizer que não se trata de apontar culpados, o post é apenas uma análise dos fatos para que não se repitam. É mais que um direito, é uma obrigação dos homens públicos opinarem sobre eventos que dizem respeito à coletividade. Para atrair grandes shows, o Parque de Exposições precisa de novas bilheterias; portões e muros mais altos, entre outras medidas que possam baratear o custo de realização de eventos no local. Apontar esses pontos é importante para que futuras apresentações não deixem de acontecer em nossa cidade. Nesse sentido, o caso Pouca Vogal pareceu uma boa oportunidade para dissertar sobre o assunto.

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