domingo, 7 de agosto de 2011

DIA NACIONAL DA SAÚDE



O dia 05 de agosto de 2011, foi o DIA NACIONAL DA SAÚDE, data propícia para uma reflexão sobre a situação da saúde, sobretudo no âmbito do Município de Barroso e os impactos das ações do governo federal e do governo estadual desenvolvidas na região.


O horizonte nos apresenta sombrio, a curto, a médio e a longo prazo, em função desses impactos.


Que ações são essas que trazem implicações para a saúde do povo barrosense?


A inauguração da UPA – Unidade de Pronto Atendimento – pelo Governo Estadual em São João Del-Rei, com investimentos de aproximadamente R$3 milhões de reais e os recursos mensais, agora disponibilizados para o seu funcionamento sob a responsabilidade da Fundação da Universidade de Juiz de Fora, R$125 mil reais pela Prefeitura Municipal de São João Del-Rei, R$125 mil reais pela Secretaria de Estado da em reais e R$175 mi reais pelo Governo Federal, somam R$425 mil reais mensais.


Tendo em vista na UPA não atender obstetrícia, cirurgia e trauma, além de não ter UTI, o governo ainda teve que passar a pagar ao Hospital de Nossa Senhora das Mercês de São João Del-Rei a importância mensal de R$100 mil reais, que se encarregou de atender os casos de trauma e de cirurgia, enquanto a Santa Casa de Misericórdia de São João Del-Rei, passou a receber R$180 mil reais para o atendimento dos casos de clínica, pediatria e obstetrícia.


Portanto, o pronto atendimento e a urgência e emergência, em São João Del-Rei, está custando aos cofres públicos a importância de R$705 mil reais mensais.


Temos percebido que o grande volume de atendimento foi para a UPA e os dois hospitais estão totalmente desafogados de atendimentos que talvez não cheguem a trinta atendimentos diários em seu pronto socorro, mas com médicos presentes nas especialidades que se encarregaram de atender, recebendo importâncias superiores ao mercado, além do médico plantonista.


A UPA ainda não tem um quadro completo de médicos e se vê obrigada a contratar médicos free-lancer para cobrir alguns plantões médicos, tendo que pagar um valor bem superior ao que se está pagando normalmente aos médicos que integram o seu quadro permanente de plantonistas. É interessante ressaltar que com tanto investimento, a UPA tem três leitos de observação para a clínica e três leitos de observação para a pediatria.


Todo este cenário e esta forma de remuneração do médico tem inflacionado o mercado médico regional, o que tem impactado os serviços em Barroso.


Pelo que se observa também em Barbacena será construída a sua UPA o que trará ainda maiores pressões para os Hospitais no entorno dessas cidades de porte médio, para a contratação de médicos.


Tenho repetido em várias oportunidades sobre o que está arquitetado hoje no Brasil, sobre assistência médico-hospitalar, de que não se deveria ter hospitais em cidades com menos de 50 mil habitantes, como é o caso de Barroso, reafirmando sempre, que se fosse para construir um hospital em Barroso na atual conjuntura, é possível que o governo não desse nenhum estímulo a uma iniciativa desta natureza.


O que está feito não está para fazer e creio que a comunidade barrosense não admitiria um retrocesso, reduzindo ou paralisando a atividade da assistência médico-hospitalar em Barroso.


Guardada as devidas proporções em relação à população de São João Del-Rei, com 85 mil habitantes e Barroso, com 20 mil habitantes, há que se comparar os R$705 mil reais que estão sendo empregados na UPA e nos Hospitais de São João Del-Rei, pelos governos nos três níveis, com os R$25 mil reais que a Prefeitura de Barroso está pagando em dia ao Instituto Nossa Senhora do Carmo, entidade mantenedora do Hospital, mais R$18 mil reais para pagar o sobreaviso de doze médicos, que ainda julgam insuficiente, comparando-se com o quem se está praticando em São João Del-Rei.


Outro aspecto a considerar. Os médicos especialistas que estão hoje no Hospital já se estabilizaram em Barroso onde residem já há vários anos, os primeiros há 38 anos. Temos procurado especialistas em cirurgia, obstetrícia, radiologia e outras especialidades, mas quando informamos que 90% do atendimento é para o SUS e que o Hospital não tem como garantir algum valor fixo para estimular a vinda do profissional, imediatamente ele agradece o convite. Até mesmo os médicos especialistas filhos de Barroso não tem tido interesse em vir para Barroso, sem outra fonte que garanta a eles uma receita melhor.


Portanto a médio e a longo prazo a manutenção do Hospital funcionando em Barroso, dependerá de um maior aporte de recursos da Prefeitura Municipal de Barroso, sobretudo por Barroso está situado entre duas cidades de porte médio, Barbacena e São João Del-Rei, o que tem dificultado o acesso aos recursos públicos federais e estaduais para a manutenção do pronto atendimento e o atendimento das urgências e emergências no Hospital de Barroso.


Portanto, a reflexão sobre o Dia Nacional da Saúde passa a ser uma oportunidade para um debate sobre o futuro da assistência médico-hospitalar em Barroso. Este debate deixa de ser político-partidário para ser um debate da comunidade com os futuros postulantes ao cargo de Prefeito de Barroso, sobre “A POLÍTICA DE SAÚDE DA PREFEITURA PARA A ÁREA DA ASSISTÊNCIA MÉDICO-HOSPITALAR A MEDIO PRAZO”.


Sugiro que todos os meios de comunicação locais também provoquem este debate: TER OU NÃO TER HOSPITAL EM BARROSO, EIS A QUESTÃO!













Nenhum comentário:

Postar um comentário