segunda-feira, 15 de julho de 2013

UM LABIRINTO FEDERAL




Uma abordagem de minha estimada prima, Vaninha, hoje à tarde, 15 de julho de 2013, inspirou-me a escrever este artigo.
Ela me falava de sua preocupação com a falta de médicos, citando, por exemplo, a sobrecarga de trabalho do Dr. Vinício e do Dr. Cláudio, quando lhe falei sobre o caos em que se encontra o sistema de saúde: um sistema bem imaginado, mas que, subfinanciado, dá SUSto.
Por que um labirinto? Na tentativa de recuperar o prestígio, o governo federal lança programas envolvendo os médicos, sem haver combinado previamente com suas representações.

O que está faltando é dinheiro, e a proposta apresentada de aumentar de seis para oito anos o tempo de formação dos médicos, antes de realizada a residência, obrigando-os a trabalhar para o SUS, terá impacto financeiro somente a partir de 2021. Ou seja, o governo atual não terá que aplicar recursos, transformando a “manobra” apenas numa jogada de marketing.

Há que se observar que, atualmente, a oferta de residência médica é muito menor que a procura de médicos que se formam, então, para onde vão os médicos?

Vão trabalhar nos PSFs, nos plantões dos Hospitais, no SAMU, enfim, atendendo os pacientes do SUS, onde quase sempre permanecerão, pela acomodação com os próprios ganhos, que garante aos médicos uma vida confortável.

O que o governo precisa fazer é aumentar os valores praticados pelo SUS, como forma de oferecer algum estímulo aos médicos, sobretudo aos especialistas, e também aos Hospitais que atendem seus beneficiários e que se endividam continuamente para manter o cumprimento da nobre missão de acolher o ser humano.

Citando apenas alguns valores, dá para entender como é desvalorizado o serviço médico e o serviço hospitalar:
Valor da consulta com médico especialista (ortopedia, por exemplo)....... R$10,00;


Valor da consulta para o médico plantonista............................................R$ 2,40;


Valor da diária hospitalar..........................................................R$10,00.

O SUS, de forma muito mais vantajosa, valoriza os atendimentos de alto custo e complexidade, que são realizados nos grandes hospitais, e aí cabe uma observação: o número de atendimentos de alta complexidade é muito menor que o número de atendimentos de média e baixa complexidade. 

O Governo precisa dobrar o valor da tabela do SUS de forma linear, antes de continuar realizando arranjos pontuais que, por certo, não serão o caminho para sair deste "LABIRINTO FEDERAL"